O futuro túnel submerso que ligará Santos a Guarujá, no litoral paulista, adotará o mesmo método empregado em uma obra de infraestrutura que já está em execução na Europa. Entre a Dinamarca e a Alemanha, o Fehmarnbelt será o maior túnel imerso do planeta, com 18 quilômetros de extensão, e utiliza módulos pré-fabricados de concreto posicionados no leito marinho.
Módulos gigantes e cronograma europeu
O projeto europeu prevê a instalação de 79 blocos de concreto, cada um com 217 metros de comprimento, 42 metros de largura e nove metros de altura. Essas estruturas pesam aproximadamente 73 mil toneladas — cerca de dez Torres Eiffel — e serão acomodadas a 40 metros de profundidade no Mar Báltico, unindo Rødbyhavn, na ilha dinamarquesa de Lolland, a Puttgarden, na ilha alemã de Fehmarn.
Para fabricar os blocos, foi construída uma planta industrial dedicada de 220 hectares em Rødbyhavn. A empresa estatal dinamarquesa Femern A/S, responsável pela obra, informou que o teste das embarcações especiais usadas na imersão ainda está em andamento. A etapa de submersão dos primeiros módulos deve ocorrer até 2029, conforme o cronograma atual. O investimento total é estimado em 7,4 bilhões de euros (cerca de R$ 46,5 bilhões).
Vantagens da técnica de imersão
Diferentemente dos túneis escavados, que dependem de máquinas de perfuração e podem exigir grandes profundidades, o método imerso coloca cada módulo pré-fabricado em uma vala aberta no fundo do corpo d’água. Entre os benefícios apontados por engenheiros estão:
- Menor impacto ambiental, por reduzir a remoção de material no leito marinho;
- Construção acelerada, pois a produção dos blocos ocorre paralelamente à escavação da vala;
- Custo potencialmente mais baixo, dependendo das condições locais;
- Menor profundidade necessária, facilitando a ligação entre margens próximas.
No caso do Fehmarnbelt, o túnel abrigará rodovias de duas faixas em cada direção e duas linhas ferroviárias eletrificadas, integrando o transporte rodoviário e ferroviário entre os dois países.
Projeto brasileiro segue conceito semelhante
O túnel imerso Santos-Guarujá terá 870 metros de extensão e será o primeiro do tipo no Brasil. O sistema contará com seis módulos de concreto pré-moldados em uma doca seca. Após testes de vedação, cada bloco será rebocado por flutuação até o canal do Porto de Santos, onde será assentado no fundo e conectado aos demais.
Com previsão de investimento de cerca de R$ 6 bilhões, a obra faz parte de uma parceria entre os governos federal e estadual, coordenada pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Quando concluído, o túnel pretende reduzir o tempo de travessia entre as duas cidades, hoje dependente de balsas, e melhorar a logística no maior complexo portuário da América Latina.
Dica Bônus
Ao acompanhar grandes projetos de engenharia, observar o cronograma oficial e os relatórios de progresso das construtoras ajuda a entender se prazos e custos estão sendo mantidos. Sites institucionais e documentos públicos oferecem essas informações de forma transparente.
FAQ
1. O que é um túnel imerso?
Estrutura formada por módulos pré-fabricados de concreto, assentados no leito de rios ou mares.
2. Qual será o maior túnel imerso do mundo?
O Fehmarnbelt, entre Dinamarca e Alemanha, com 18 km.

Imagem: Divulgação via olhardigital.com.br
3. Qual a profundidade do Fehmarnbelt?
Cerca de 40 metros abaixo do nível do mar.
4. Quantos blocos compõem o projeto europeu?
Serão 79 módulos de 73 mil toneladas cada.
5. Quando a imersão dos blocos deve começar?
A expectativa é concluir a fase de imersão até 2029.
6. Qual a extensão do túnel Santos-Guarujá?
Serão 870 metros de comprimento.
7. Quanto custará o projeto brasileiro?
O orçamento estimado é de aproximadamente R$ 6 bilhões.
8. Quais benefícios o método imerso oferece?
Redução de impacto ambiental, prazo de construção menor e menor profundidade necessária.
Conclusão
O avanço do Fehmarnbelt ilustra o potencial da técnica de túneis imersos, que combina eficiência de construção com menor impacto ambiental, modelo que será replicado no futuro túnel Santos-Guarujá para melhorar a mobilidade no litoral paulista.