Campos Lindos, no interior do Tocantins, confirmou nove casos de sarampo e acionou uma resposta imediata do Ministério da Saúde para conter a circulação do vírus no país. Outros dois casos seguem em investigação. A cidade, com cerca de 400 habitantes, concentra agora uma equipe federal permanente desde 21 de julho.
Casos concentrados em Campos Lindos mobilizam equipes federais
De acordo com o Ministério da Saúde, 660 moradores estão sob acompanhamento clínico, 282 residências receberam visitas de profissionais e 644 doses de vacina foram aplicadas em regime de bloqueio vacinal. A estratégia busca imunizar contatos próximos e impedir novas transmissões.
Entre os infectados no Tocantins, há registros de viagens recentes à Bolívia, fator que reforçou a hipótese de casos importados. Apesar disso, autoridades afirmam que não há, até o momento, evidência de transmissão sustentada em território nacional.
Os principais sintomas da doença incluem febre, mal-estar, tosse, coriza e manchas vermelhas pelo corpo. Em crianças pequenas, o quadro pode evoluir para complicações graves, potencialmente letais.
Estratégia nacional de bloqueio preserva certificado de país livre do sarampo
O Brasil recuperou em 2023 o certificado de país livre do sarampo concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde. Para manter o status, a pasta intensificou ações de bloqueio nas regiões de fronteira e em locais com casos isolados.
Somente em 2024, as Américas já registraram 7.132 casos de sarampo: 34 na Argentina, 34 em Belize, 60 na Bolívia, cinco no Brasil, um na Costa Rica, 1.227 nos Estados Unidos, 2.597 no México e quatro no Peru. Treze óbitos foram confirmados—nove no México, três nos Estados Unidos e um no Canadá.
No território brasileiro, além dos nove registros em Campos Lindos, houve casos pontuais no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, totalizando 14 confirmações no ano.
Entre as medidas de contenção já adotadas estão:
- Rastreamento de contatos e vacinação de bloqueio em São João de Meriti (RJ);
- Resposta rápida a casos isolados no Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal;
- Campanhas “Dia D” de imunização no Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia;
- Monitoramento intensivo nas fronteiras com a Bolívia.
Apesar dos esforços, a cobertura vacinal infantil nacional alcança 91,74% para a primeira dose e 72,74% para a segunda—percentuais abaixo da meta de 95%. No Tocantins, os índices estão em 86% e 55%, respectivamente.
Dica bônus
Mantenha a caderneta de vacinação atualizada: duas doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) garantem proteção completa. Em caso de dúvida, procure a unidade básica de saúde mais próxima.
FAQ
1. O que é sarampo?
Doença viral altamente contagiosa transmitida por gotículas respiratórias.

Imagem: Freepik via olhardigital.com.br
2. Quais são os sintomas iniciais?
Febre, tosse, coriza, conjuntivite e aparecimento de manchas vermelhas.
3. Como ocorre a transmissão?
Pessoa infectada espalha o vírus ao tossir, espirrar ou falar.
4. Quem deve se vacinar?
Crianças a partir de 12 meses e adultos sem comprovação de duas doses da tríplice viral.
5. Qual é a eficácia da vacina?
Duas doses oferecem cerca de 97% de proteção contra a doença.
6. Grávidas podem tomar a vacina?
Não; recomenda-se vacinar antes da gestação ou após o parto.
7. Há tratamento específico?
Não existe antiviral; o cuidado é de suporte, voltado a hidratação e controle de sintomas.
8. Por que casos importados preocupam?
Mesmo sem circulação interna, viajantes podem reintroduzir o vírus em áreas com baixa cobertura vacinal.
Conclusão
Com o surto em Campos Lindos e a proximidade de fronteiras, o Brasil intensifica bloqueios vacinais para evitar a reintrodução sustentada do sarampo e preservar o certificado de país livre da doença.