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TogglePrática e barata, a panela antiaderente ocupa a maior parte das cozinhas brasileiras. Especialistas, contudo, alertam para sinais que indicam a hora de aposentá-la, evitando a migração de substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) para os alimentos. Entenda o que observar, quais os riscos associados e como reduzir a exposição.
Sinais claros de que a panela perdeu a segurança
A gastrônoma Kay Gentile afirma que qualquer risco, rachadura ou descascamento no revestimento de politetrafluoretileno (PTFE) é indício suficiente para descarte imediato. Nessas condições, partículas do material podem soltar-se com o calor do fogão.
Outro ponto de atenção é o abaulamento da base. Quando a peça empena, o aquecimento torna-se irregular, eleva a temperatura acima de 260 °C e acelera a degradação do revestimento. Caso a superfície não permaneça estável sobre a chama, a substituição é indicada.
O que torna o antiaderente um risco químico
A toxicologista Marília Souza, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, explica que o calor excessivo ou o dano físico na película libera PFAS. Esses compostos, chamados de “químicos para sempre”, praticamente não se degradam no organismo e no meio ambiente.
Pesquisas relacionam a exposição contínua a problemas como câncer, doenças cardiovasculares, pré-eclâmpsia em gestantes, alterações no neurodesenvolvimento infantil e prejuízos imunológicos. A liberação pode ocorrer por ingestão direta ou por partículas suspensas no ar da cozinha.
Alguns grupos sofrem impacto maior: grávidas, lactantes, recém-nascidos, crianças pequenas, idosos e pessoas com enfermidades crônicas. A capacidade limitada de metabolizar toxinas intensifica o acúmulo dessas substâncias no corpo.
Alternativas seguras ao teflon tradicional
Para quem deseja eliminar o revestimento sintético, três opções destacam-se:
Cerâmica – não gruda se usada com cuidado; evitar esponjas abrasivas e aquecimento extremo.
Aço inox – requer pré-aquecimento adequado: quando a água “dança” na superfície, a comida não adere.
Ferro fundido – mantém temperatura alta e uniforme, necessitando apenas de manutenção correta contra ferrugem.
Gentile observa que nenhum material dispensa zelo. Utensílios de silicone, bambu ou madeira prolongam a vida útil de qualquer panela e impedem arranhões.
Boa prática ao usar a antiaderente que você já possui
Nem sempre é possível trocar todo o jogo de panelas. Nessas situações, as recomendações são simples: nunca usar talheres de metal, manter o fogo em nível moderado, evitar a temperatura máxima da air-fryer e lavar sempre com o lado macio da esponja. Se o revestimento apresentar qualquer falha, descarte imediato continua sendo a postura mais segura.

Imagem: g1.globo.com
FAQ – Perguntas frequentes
1. Riscos só aparecem quando a panela risca?
Não. Temperaturas acima de 260 °C também quebram a estabilidade do polímero e liberam PFAS.
2. Posso utilizar antiaderente em forno?
O forno costuma ultrapassar 200 °C com facilidade; se a peça não for certificada, há chance de superaquecimento.
3. Qual esponja é recomendada para lavar?
Use o lado amarelo macio. Esponjas abrasivas rompem a película.
4. Air-fryer apresenta o mesmo problema?
Sim. O cesto possui revestimento similar; evitar a potência máxima reduz o risco.
5. Panelas de cerâmica podem descascar?
Podem lascar se sofrerem choque térmico ou queda, mas não liberam PFAS.
6. PFAS saem apenas de utensílios de cozinha?
Não. Embalagens de fast-food, roupas impermeáveis e caixas de pipoca de micro-ondas também contêm esses compostos.
7. Há exame para detectar PFAS no corpo?
Existem testes específicos, porém não fazem parte da rotina clínica nacional.
8. Alimentação antioxidante ajuda?
Segundo a toxicologista, frutas vermelhas, peixes ricos em ômega-3, folhas verde-escuras e castanhas auxiliam o organismo a lidar com o estresse oxidativo.
Conclusão
Manter a cozinha livre de riscos químicos depende de observação rotineira, cuidados simples e decisões de compra conscientes. Ao identificar descascados ou deformações, a troca da panela antiaderente protege a saúde de toda a família, especialmente dos grupos mais vulneráveis. Quando a substituição imediata não cabe no orçamento, reduzir a temperatura de uso, evitar utensílios metálicos e optar por materiais alternativos minimiza a exposição aos PFAS. Atenção constante é a melhor garantia de refeições seguras.
DICA BÔNUS
Antes de colocar qualquer alimento, aqueça a panela de inox até que gotas de água formem esferas e deslizem. Esse teste simples evita que a comida grude sem recorrer ao teflon.
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