Predadores naturais ajudam a conter populações de escorpiões no Brasil

Escorpiões como o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis) estão amplamente distribuídos no território brasileiro e, em ambientes urbanos, representam risco crescente à saúde pública. Embora sejam animais resilientes, suas populações sofrem pressão de inimigos naturais que colaboram para equilibrar o ecossistema e, indiretamente, reduzir acidentes humanos.

O Ministério da Saúde registrou 200 mil ocorrências de picadas de escorpião em 2023. A Região Sudeste concentrou 93.369 casos; o Estado de São Paulo respondeu por 48.655 notificações, aumento de 15 % sobre 2022. A mesma tendência de alta é observada há uma década: em 2022 já haviam sido contabilizadas 42.757 ocorrências, salto de 22 % em relação a 2021. O avanço está ligado à expansão urbana desordenada, ao acúmulo de entulhos e à ausência de predadores em áreas densamente povoadas.

Sapo-cururu

Também chamado de sapo-boi, o sapo-cururu (Rhinella marina) é um dos maiores anfíbios do país e possui hábitos noturnos semelhantes aos dos escorpiões. Estudos de campo do Instituto Butantan (2018) indicam que o anfíbio captura indivíduos jovens e adultos de T. serrulatus, privilegiando exemplares com até 5 cm. Proteínas plasmáticas conferem resistência parcial às toxinas, permitindo que o sapo engula a presa rapidamente antes de receber a ferroada.

Coruja-buraqueira

Comum em campos abertos, pastagens e terrenos baldios, a coruja-buraqueira (Athene cunicularia) se alimenta de artrópodes durante o crepúsculo e à noite. Pesquisas publicadas na Revista Brasileira de Ornitologia apontam que escorpiões compõem até 15 % de sua dieta em áreas de Cerrado e Caatinga. A ave imobiliza a presa pelas patas ou pela extremidade do abdômen, reduzindo o risco de envenenamento.

Lacraias

As centopeias gigantes Scolopendra viridicornis e Scolopendra subspinipes dividem abrigo com escorpiões sob pedras, troncos ou entulho. Embora também sejam peçonhentas, costumam levar vantagem em confrontos, principalmente contra filhotes. O comportamento noturno e o veneno potente fazem da lacraia uma caçadora ocasional de escorpiões; porém, por representarem perigo semelhante ao dos próprios aracnídeos, não são consideradas estratégia prática de controle em áreas habitadas.

Tamanduá-mirim

O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) baseia a dieta em formigas e cupins, mas ingere escorpiões encontrados em troncos e folhagem. Levantamentos da Embrapa (2015) mostram que menos de 5 % do conteúdo estomacal do mamífero corresponde a outros artrópodes, entre eles escorpiões e aranhas. A pele espessa das patas e a língua viscosa permitem a captura sem contato prolongado com o ferrão, embora o animal não seja imune ao veneno.

Galinhas

Em sítios e quintais periurbanos, a galinha doméstica (Gallus gallus domesticus) atua como importante predador de escorpiões de todas as idades. Pesquisa da Unesp de Botucatu constatou que aves criadas soltas podem consumir até 20 escorpiões por mês, sem efeitos tóxicos aparentes. Bicadas rápidas neutralizam a presa, e o ácido gástrico de pH em torno de 2,0 degrada as toxinas após a ingestão.

Gambás

O gambá-comum (Didelphis spp.) circula em áreas urbanas, rurais e periurbanas durante a noite, período de maior atividade dos escorpiões. Investigação conduzida pelo Instituto Butantan atribui à espécie proteínas séricas capazes de neutralizar venenos de escorpiões e serpentes. O marsupial esmaga a presa com as patas anteriores e a consome inteira, reduzindo tanto a população de escorpiões quanto a de baratas, principal fonte alimentar dos aracnídeos.

Teiú

Entre os maiores lagartos do Brasil, o teiú (Salvator merianae) chega a ultrapassar 1 m de comprimento e exibe hábito onívoro. A robustez do animal, associada à pele resistente, permite enfrentar escorpiões adultos, inclusive T. serrulatus. O réptil explora frestas, pedras e troncos – locais utilizados pelos escorpiões como refúgio –, adicionando os aracnídeos à sua dieta quando disponíveis.

Especialistas ressaltam que a presença desses predadores não elimina sozinha o risco de acidentes. Recomendações de saúde pública incluem remoção de entulho, vedação de ralos, limpeza de áreas externas e controle populacional de baratas. A preservação de sapos, corujas, gambás, lagartos e aves de quintal complementa as medidas de saneamento, formando uma barreira biológica que ajuda a conter o avanço dos escorpiões em zonas urbanizadas.

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