A The Document Foundation, entidade responsável pelo LibreOffice, voltou a apontar dificuldades na interoperabilidade com o Microsoft 365. Em comunicado recente, a organização afirmou que a Microsoft adota uma estrutura XML “artificialmente complexa” nos arquivos do pacote Office, estratégia que, segundo a fundação, dificulta a abertura dos documentos em softwares de terceiros.
O LibreOffice utiliza o padrão aberto Open Document Format (ODF), baseado em XML, enquanto o Office emprega o Office Open XML (OOXML), que gera extensões como DOCX, XLSX e PPTX. A The Document Foundation sustenta que, embora ambos se apoiem em XML, a implementação da Microsoft acrescenta camadas desnecessárias de complexidade.
Na crítica, a fundação cita “tags profundamente aninhadas, elementos opcionais em excesso, nomenclatura pouco intuitiva, uso de curingas e documentação escassa” como evidências de uma arquitetura pensada para limitar a compatibilidade. A nota compara a situação a uma ferrovia em que os trilhos são públicos, mas o sistema de controle — dominado por um único fabricante — impede a competição.
Mesmo com as barreiras apontadas, a equipe do LibreOffice afirma manter esforços para ampliar a leitura e edição dos formatos da Microsoft. A fundação também relembrou que, em junho, aderiu a um movimento que recomenda a substituição do Windows 10 por distribuições Linux antes do fim do suporte oficial do sistema, previsto para outubro de 2025.
Até o momento, a Microsoft não comentou as novas reclamações. Enquanto isso, o LibreOffice segue atualizando ferramentas para reduzir impactos da suposta “complexidade artificial” nos documentos produzidos no Office.
Com informações de Tecnoblog