Keeta estuda adoção de drones para entregas de comida no Brasil

A Keeta, braço de delivery do grupo chinês Meituan, avalia empregar drones e veículos autônomos em sua futura operação no Brasil. A companhia, que já realizou mais de um milhão de entregas aéreas na China, pretende repetir o modelo no mercado brasileiro, mas condiciona o plano ao avanço da regulamentação local.

Estratégia da empresa

Segundo o vice-presidente do Meituan, Tony Qiu, o projeto de expansão inclui a introdução de tecnologias que hoje operam em grande escala na China. Naquele país, os clientes podem receber pedidos de alimentos por drones até mesmo em pontos turísticos remotos, algo que a Keeta busca reproduzir por aqui. A companhia vê o Brasil como mercado prioritário e estuda outros recursos logísticos, como robôs de entrega em solo, para competir diretamente com o iFood, plataforma dominante no setor.

Regulamentação é principal entrave

Apesar do interesse, a empresa reconhece obstáculos regulatórios. Para realizar entregas aéreas comerciais no Brasil, é necessário obter autorizações de, pelo menos, três entidades federais:

  • Anac – responsável pela aviação civil e pelo registro obrigatório dos drones;
  • Departamento de Controle do Espaço Aéreo – encarregado de garantir a segurança do espaço aéreo;
  • Anatel – que licencia o uso de radiofrequências para comunicação entre as aeronaves e as centrais de controle.

As normas vigentes exigem registro individual dos equipamentos, apólice de seguro contra danos a terceiros e limitações específicas para voos sobre áreas povoadas. Para operações além da linha de visada do piloto (Beyond Visual Line of Sight, BVLOS), modalidade essencial ao delivery, o operador precisa apresentar análise de risco detalhada e solicitar permissões para cada rota pretendida.

A Anac, contudo, estuda mudanças que podem simplificar o processo. Em junho de 2025, a agência abriu consulta pública sobre a proposta de Regulamento Brasileiro da Aviação Civil nº 100 (RBAC 100), que busca flexibilizar procedimentos e incentivar modelos inovadores. A minuta defende maior liberdade a empresas capazes de demonstrar mitigação de riscos, o que pode criar ambiente mais favorável ao transporte de carga por drones em larga escala.

Precedentes no mercado brasileiro

A entrega de refeições por aeronaves não tripuladas já foi testada no país. O iFood, em parceria com a fabricante nacional Speedbird Aero, realizou dois projetos-piloto:

2020 – Campinas (SP): um drone percorreu 400 metros entre a praça de alimentação de um shopping e um droneport. No ponto de pouso, um entregador assumia o trajeto final por via terrestre.

2022 – Aracaju (SE): após obter a primeira licença comercial emitida pela Anac para voos de até 3 km em áreas urbanas, a plataforma transportou pedidos sobre o rio Sergipe, ligando um shopping de Aracaju ao município vizinho de Barra dos Coqueiros. A travessia aérea reduziu o tempo de entrega de cerca de 55 para pouco mais de cinco minutos. Mesmo com bons resultados, o formato não se tornou padrão nos serviços da empresa.

Potencial competitivo

A entrada da Keeta, combinada à possível adoção de drones e veículos autônomos, pode intensificar a disputa em um setor que movimenta milhões de pedidos por mês. A Meituan opera um ecossistema logístico robusto na China, onde emprega soluções avançadas de inteligência artificial para roteirização e gerenciamento de frota. Se replicar essa infraestrutura no Brasil, a companhia pode reduzir custos operacionais e prazos de entrega, fatores decisivos para conquistar usuários e restaurantes parceiros.

Próximos passos

Por ora, a viabilidade do projeto está atrelada à evolução regulatória. Caso a Anac aprove o RBAC 100 em caráter definitivo e mantenha as diretrizes de flexibilização, empresas que comprovarem segurança operacional poderão receber autorização para voar rotas fixas sem necessidade de solicitação prévia a cada novo percurso. Essa mudança eliminaria parte da burocracia e ofereceria previsibilidade às operadoras.

Enquanto aguarda definições, a Keeta segue em fase de estudo de mercado e adaptação tecnológica. A companhia não comentou prazos para início das atividades, mas reforça que a estratégia inclui uso de múltiplos modais, combinando entregadores humanos, robôs de calçada e drones para diferentes tipos de trajeto.

Se confirmada, a operação ampliaria a presença de competidores internacionais no delivery brasileiro e poderia acelerar a modernização do setor logístico, pressionando autoridades e empresas a investirem em infraestrutura e segurança para o transporte autônomo de mercadorias.

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