Localizada no deserto de Karakum, no Turcomenistão, a Cratera de Darvaza — popularmente chamada de “Porta do Inferno” — exibe sinais de redução na intensidade das chamas que ardem de forma contínua há 54 anos.
O incidente mais citado para explicar a formação da abertura remonta a 1971, quando geólogos soviéticos perfuravam a região em busca de petróleo. Segundo essa versão, o solo cedeu após a broca atingir uma bolsa de gás natural, resultando em três grandes sumidouros. Na tentativa de evitar a liberação de metano na atmosfera, os técnicos incendiaram um dos buracos, esperando que o fogo se extinguisse em poucas semanas. O resultado contrariou as expectativas: as chamas permanecem desde então.
A cratera possui cerca de 69 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade, transformando-se em uma das formações geológicas mais fotografadas da Ásia Central. No entanto, a ausência de registros oficiais da época deixa lacunas sobre o episódio. Em 2013, o explorador George Kourounis liderou uma expedição do canal National Geographic para coletar amostras e buscar documentação. Ele afirmou não ter encontrado relatórios soviéticos que confirmassem a narrativa, reforçando a possibilidade de informações classificadas ou mesmo perdidas.
Outra linha de investigação sugere que o colapso do terreno pode ter ocorrido nos anos 1960, com a combustão iniciada décadas depois, possivelmente por relâmpago ou por queima intencional de excedentes de gás — prática conhecida como flaring. Para historiadores, o sigilo característico da era soviética dificulta a reconstrução precisa dos fatos, já que fracassos técnicos costumavam ser omitidos de documentos públicos.
Embora represente risco para fauna e libere dióxido de carbono e outros gases, a Cratera de Darvaza converteu-se em atração de turismo de aventura. Viajantes percorrem centenas de quilômetros para observar o brilho alaranjado que ilumina as dunas durante a noite. Guias locais oferecem visitas guiadas, estimulando a economia de pequenas aldeias vizinhas.
Autoridades turcomanas avaliavam, em anos anteriores, a possibilidade de extinguir o fogo para reduzir emissões e explorar o gás de forma comercial. Entretanto, a logística para selar a abertura é complexa e custosa, pois exigiria interromper o fluxo contínuo de metano vindo de camadas profundas.
Com relatos recentes de que as chamas estão menos intensas, especialistas discutem se o reservatório subterrâneo começa a se esgotar naturalmente. Caso o suprimento de gás diminua, a cratera poderá apagar-se gradualmente sem intervenção humana, encerrando um fenômeno que marcou a paisagem do país por mais de cinco décadas.
Se visitar a região, leve proteção contra calor extremo e areia fina. Temperaturas noturnas no entorno da cratera podem ultrapassar 40 °C próximo à borda, enquanto os ventos do deserto elevam o risco de desidratação.
1. Onde fica a Cratera de Darvaza?No norte do Turcomenistão, em pleno deserto de Karakum.
2. Qual é o tamanho aproximado da cratera?Cerca de 69 metros de largura por 30 metros de profundidade.
Imagem: AlexelA Shutterstock via olhardigital.com.br
3. Há registro oficial sobre sua origem?Não foram encontrados documentos soviéticos conclusivos; as versões conhecidas baseiam-se em relatos de profissionais da época.
4. Por que o fogo nunca se apagou?A combustão é sustentada por um fluxo constante de gás natural proveniente do subsolo.
5. A cratera representa risco ambiental?Sim. A queima libera gases de efeito estufa e altera micro-ecossistemas locais.
6. É possível visitar o local?Sim. Empresas locais oferecem excursões, mas não há infraestrutura turística extensa.
7. O governo planeja extinguir as chamas?Planos já foram discutidos, porém não há cronograma público definido devido aos custos e à complexidade técnica.
8. As chamas estão realmente enfraquecendo?Relatos recentes apontam redução de intensidade, indicando possível diminuição do gás disponível.
Com volume de gás possivelmente em declínio, a “Porta do Inferno” pode estar perto de encerrar sua atividade, encerrando também um capítulo singular na história geológica e energética da Ásia Central.
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