Modelos de ar-condicionado que combinam resfriamento e aquecimento, chamados de “quente e frio”, ganham espaço como alternativa aos aquecedores elétricos. Apesar do preço inicial mais alto — em julho, cerca de R$ 2.100 contra R$ 1.700 de versões só frio —, esses aparelhos usam o ciclo reverso para transferir calor do lado externo para o interno e prometem aquecer o cômodo de forma uniforme e com menor consumo de energia.
Como funciona o ciclo reverso
No modo frio, o compressor pressuriza o gás refrigerante, que absorve calor do ambiente interno e o libera na unidade externa. No modo quente acontece o inverso. Uma válvula inverte o sentido do fluxo: a unidade externa passa a esfriar e a interna a esquentar. O equipamento não “produz” calor; ele apenas transporta calor existente no ar externo para dentro da residência.
Mesmo em dias frios ainda há energia térmica suficiente do lado de fora para a troca. A exceção ocorre quando a temperatura externa se aproxima de 0 °C, limite em que o rendimento cai de forma perceptível.
Vantagens e limites diante do aquecedor
A principal diferença para o aquecedor portátil é a fonte de calor. O aquecedor gera calor a partir de resistência elétrica funcionando em regime contínuo. Já o ar-condicionado inverter aciona o compressor apenas o necessário para manter a temperatura, resultado que reduz o consumo e acelera o aquecimento inicial, segundo especialistas.
Além da rapidez, o ar quente se espalha de maneira mais homogênea porque é insuflado por todo o evaporador, evitando a sensação de “bolsão” de calor típica de resistências. O ponto fraco surge em regiões com invernos rigorosos, onde temperaturas negativas inviabilizam a transferência eficiente de calor. Nessas situações, lareiras ou aquecedores a óleo continuam mais adequados.
Consumo de energia e umidade do ar
O gasto elétrico dos modos quente e frio é semelhante, já que o processo termodinâmico é o mesmo. O que mais pesa é a diferença entre a temperatura interna desejada e a externa. Reduzir 10 °C em um dia de 30 °C consome mais que elevar 5 °C em um dia de 15 °C, por exemplo.
Quanto à umidade, tanto aquecimento quanto resfriamento podem deixar o ar mais seco. No frio, a serpentina fria condensa vapor; no quente, paredes e janelas frias fazem a mesma condensação. Umidificadores ou recipientes com água ajudam a amenizar o desconforto.
Dica Bônus
Para garantir eficiência e saúde, limpe os filtros a cada 15 dias no período de uso contínuo. Poeira acumulada reduz rendimento, aumenta o consumo e favorece a proliferação de ácaros.
FAQ
1. O que é ar-condicionado quente e frio?
Equipamento split com ciclo reverso, capaz de resfriar no verão e aquecer no inverno.
2. Funciona em qualquer temperatura externa?
Até próximo de 0 °C funciona com boa performance; abaixo disso perde eficiência.

Imagem: que alguns prédios proíbem a instalaç via g1.globo.com
3. Consome mais energia que o modo frio?
Não, o consumo é equivalente, dependendo da diferença entre temperaturas interna e externa.
4. Aquecedor convencional é mais barato de usar?
Em geral não; resistências elétricas ficam ligadas em potência máxima o tempo todo, o que eleva a conta de luz.
5. O aparelho resseca muito o ar?
Sim, mas em nível semelhante ao modo frio. Umidificadores podem minimizar o efeito.
6. Precisa de instalação elétrica exclusiva?
Sim. O fabricante recomenda circuito dedicado e aterramento para evitar sobrecarga e preservar a garantia.
7. A manutenção muda no modo quente?
Filtros devem ser limpos com maior frequência porque o uso se estende ao ano inteiro.
8. Vale a pena em regiões subtropicais?
Sim. Onde as mínimas não descem abaixo de zero, o ciclo reverso costuma atender bem às necessidades de aquecimento.
Conclusão
O ar-condicionado quente e frio oferece aquecimento rápido, distribuição uniforme e consumo moderado, tornando-se opção viável para invernos amenos ou moderados, desde que instalado e dimensionado corretamente.